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23 de Abril de 2024

Pouco dinheiro e redes sociais: o que pode impedir que você entre nos EUA?

Publicado por Vanda Lopes
há 7 anos

Pouco dinheiro e redes sociais o que pode impedir que voc entre nos EUA

Quem planeja viajar para os EUA tem mais preocupações além da mudança na regra das entrevistas, que foi anunciada pelo presidente Donald Trump. O visto no passaporte já não era garantia para a entrada no país, e com o endurecimento da fiscalização na imigração, se existiam dúvidas sobre a checagem de redes sociais, especialistas consultados pelo UOL afirmam: o governo americano pode sim avaliar o conteúdo que você pública.

Para a primeira emissão do visto, além da entrevista obrigatória para maiores de 14 anos e idosos até 79 anos, agora é preciso comprovar de forma crível o vínculo com o país e principalmente a capacidade financeira para custear a viagem -não é mais suficiente só a declaração de emprego ou comprovação de trabalho autônomo. E isso vale para os adolescentes -neste caso, vale a renda dos responsáveis.

A imigração dos EUA pode pedir para ver minhas redes sociais? Posso ser barrado por causa disso?

Se a imigração americana quiser olhar as suas redes sociais durante a avaliação para a entrada no país, é permitido. O governo americano pode inclusive fazer esta checagem durante o pedido do visto e a entrevista na missão diplomática. Especialistas avaliam que os EUA não levarão em conta posição política ou religião, e dizem que o interesse é saber se você tem planos de viver nos EUA.

"No Brasil existe proteção em relação à consulta de redes sociais. Mas dentro do consulado vale a legislação americana, e ela permite esta checagem. É proibido entrar com celular dentro do consulado, mas se você entra com o aparelho, eles podem a qualquer momento pedi-lo e checar qualquer coisa no aparelho", diz advogado especializado em imigração e sócio da Loyalty Miami, Daniel Toledo.

"Quando você compra uma passagem para os EUA e sai do Brasil, a companhia aérea informa o governo americano, que sabe da sua viagem e tem toda a ficha do passageiro.

Funcionários da imigração podem vasculhar todas as redes sociais. Podem saber que você está em grupos de discussão de imigração, que você está postando que está indo para uma vida nova. Quando você desembarcar, já tem um alerta vermelho na sua ficha", diz Toledo.

Pouco dinheiro e redes sociais o que pode impedir que voc entre nos EUA

Funcionário da imigração verifica o passaporte de passageira nos EUA

Tenho que mostrar quanto dinheiro estou levando para os EUA?

Toledo explica que os funcionários da imigração também foram instruídos a avaliar se o valor que a pessoa leva em espécie é suficiente para o que ela propõe.

"Eles podem tirar uma média do que esta pessoa vai fazer dentro do roteiro dela e quanto ela está levando. Se o dinheiro que o passageiro leva for condizente com o que ela diz que irá fazer no país, é perfeito. Se não for suficiente para ela se manter dentro dos EUA, ela pode voltar ao Brasil", explica Toledo. Ele afirma ainda que o cartão de crédito não vale como garantia de custeio da viagem, já que não é possível saber o limite do cartão por conta do sigilo bancário.

Daniel Magalhães, diretor da Globalvisa Assessoria Internacional lembra ainda que o visto é só a permissão de embarque. Ele vale por 10 anos, mas quem determina o tempo que você ficará em solo americano depende do oficial da imigração -pode ser seis meses ou até poucos dias. E se você não convencê-lo de que sua passagem pelo país é temporária, pode ser devolvido ali mesmo.

Pouco dinheiro e redes sociais o que pode impedir que voc entre nos EUA

Funcionário da imigração dos EUA inspeciona bagagem de passageiro

Sou obrigado a mostrar os meus pertences para o funcionário da imigração?

No aeroporto, o funcionário da imigração tem poder para mexer em qualquer coisa que o passageiro está levando: pastas com documentos, computadores e até celulares. E ele pode impedir a sua entrada no país se você não tiver uma passagem de volta, por exemplo.

Fui barrado. Quem paga minha volta?

Toledo diz que se o passageiro for impedido de entrar nos EUA, o dinheiro trazido na viagem e os cartões de crédito levados podem ser usados pelo governo americano para pagar o retorno da pessoa no primeiro voo com assento disponível -a pessoa pode acabar com uma passagem de primeira classe comprada com preço de última hora na fatura do cartão.

Como se preparar para o visto?

Na solicitação do visto de turista, além das taxas e formulários exigidos, vale apresentar tudo o que comprovar o seu vínculo com o país: declaração de emprego ou documentos que comprovem sua atuação como autônomo, registros de empresa própria ou de inscrição em algum órgão de classe profissional. O ideal é a declaração de imposto de renda, que mostrará os rendimentos e bens mantidos no Brasil, além de comprovar a capacidade financeira para a viagem. Vale até levar os extratos bancários e o documento do carro, provando a posse.

No caso de estudantes, é aconselhável apresentar uma declaração de matrícula ou algum documento emitido pela instituição que comprove o vínculo acadêmico. Eles podem até exigir exames médicos e boletins policiais.

Magalhães diz ainda que durante a entrevista é muito importante se manter calmo. "Dar respostas objetivas e não tentar nada para tentar impressionar o entrevistador. É preciso estar preparado para responder de forma clara e tranquila perguntas como, 'Para onde vai nos Estados Unidos?', 'Com quem pretende viajar?' ou 'Qual a intenção da sua viagem'", indica Magalhães, que já trabalhou na seção consular da Embaixada Americana.

"É importante lembrar que um oficial consular entrevista muitas pessoas por dia e ele é extremamente bem treinado para detectar mentiras ou comportamentos fora do normal", destaca Magalhães.

Pouco dinheiro e redes sociais o que pode impedir que voc entre nos EUA

Família passa pelo guichê da imigração para a entrada nos EUA

Não falo bem inglês. Corro risco de ser barrado?

Não por causa do seu idioma. Para a solicitação do visto, a entrevista pode ser feita em português. Já no aeroporto, nos EUA, se você tiver dificuldade durante a entrevista no aeroporto, os funcionários da imigração falam espanhol -e isso pode ajudar. Mas se você não entender absolutamente nada, pode pedir o apoio de um intérprete. A maioria dos aeroportos internacionais nos EUA possui um tradutor de português. Se você tiver todos os comprovantes, passagens de volta, reservas de hotéis e mostrar que tem como bancar a viagem, as chances são maiores de não ter problemas.

Que tipo de pergunta a imigração pode fazer?

As perguntas são as mesmas feitas durante a imigração em qualquer país -até mesmo para os estrangeiros que tentam entrar no Brasil. Quanto tempo a pessoa ficará no país; quais cidades vai visitar; qual é a razão da viagem (trabalho, férias, um curso, uma palestra); qual é a sua profissão; onde você ficará hospedado -se você disser que ficará na casa de algum conhecido, podem te pedir para explicar mais sobre a sua relação com esta pessoa, como onde vocês se conheceram, há quanto tempo etc; se você viaja com alguém (se você estiver com a família, a entrevista pode ser feita para o grupo. Se você viaja com amigos, cada um estará em um guichê e mencione que a pessoa está sendo entrevistada também). Devem perguntar quanto dinheiro você carrega e até pedir que você mostre.

Não tente responder mais do que o necessário. Seja direto. Lembre-se de que o funcionário da imigração neste momento pode revistar qualquer coisa que você esteja levando -pastas, bolsas, roupas, documentos.

Se o funcionário identificar algo de errado, você deve ir para uma sala em que deverá responder todas as perguntas novamente e explicar melhor o motivo da sua visita. O importante é não entrar em contradições com o que foi dito antes e apresentar todos os documentos que comprovem a sua viagem como turista.

O que o consulado ou a embaixada do Brasil pode fazer se eu for barrado?

Nada. A diplomacia brasileira não pode interferir na decisão das autoridades norte-americanas sobre a permanência de brasileiros. O Itamaraty oferece auxílio em casos de prisão. Se isso acontecer, você pode pedir para entrar em contato com a embaixada dos EUA em Washington ou com o consulado brasileiro mais próximo do aeroporto em que você desembarcou. Em caso de prisão, você tem o direito de permanecer calado e de pedir a representação um advogado mesmo que você não tenha meios de pagá-lo -os policiais devem interromper o interrogatório. Você também não é obrigado a assinar nenhum documento se não compreender o que está escrito, e durante todo o processo pode pedir a presença de um intérprete.

Fonte: Uol

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14 Comentários

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Existem muitos países e lugares maravilhosos para se conhecer.
Trump não é eterno. continuar lendo

Aos Nobres colegas e em especial, parabenizo a nobre Doutora pelo tema do nosso cotidiano, óbvio, daqueles que desejam ir para a terra do Tio Sam. No Brasil, as pessoas reclamam quando a polícia pede para averiguar o celular e/ou o veículo. Agora, ninguém reclama das exigências e das supostas violações de direitos do Governo Americano para conceder o visto de entrada nos Estados Unidos. Será porque? Lá existe ordem. No Brasil atualmente, só existe ordem ornamentando a faixa branca que é ostentada em nossa bandeira e tem muito tempo que ela só se encontra lá. Por outro lado, concordo com a exigência do governo americano, ele tem o direito legal de proteger sua Nação, não vejo violação a intimidade, ao sigilo de dados e outros pelo governo americano. Acho uma coisa muito positiva e bonita nos americanos, eles são patriotas de carteirinha, defendem a Nação deles com unhas e dentes. Se no Brasil tivéssemos 30% ( trinta) por cento da população de patriotas igual aos americanos, este país seria outro bem melhor. Só há patriotismo no Brasil em época de copa do mundo, enquanto o Brasil ganha as partidas. Infelizmente ainda vivemos em um país que impera a teoria de Gerson " Levar vantagem em Tudo". Para quem não lembra ou não conhece. Gerson foi um jogador de futebol campeão do mundo pela seleção brasileira na copa de 70 e foi garoto propaganda da marca de cigarro Vila Rica, foi neste comercial da TV que a antagônica frase ganhou repercussão e perdura ate hoje no subconsciente de alguns brasileiros e principalmente na consciência da classe política. O jogador jamais pensou que seu slogan, iria ser tão deturpado no Brasil. Acredito que chegará um dia em que todos nós teremos orgulho do Brasil e de ser brasileiro de verdade. continuar lendo

Euclides:
Concordo com quase tudo que foi escrito no seu comentário, menos com as atitudes tomadas pelo agora presidente Trump, mascaradas como esse pretenso direito legal de proteger o seu país.
Trump se vale do poderio econômico americano para ditar ordens ao mundo e isso para mim se chama tirania, passando longe de qualquer forma de patriotismo.
Defende no governo a forma de agir como empresário, que nunca respeitou seus adversários e assim fez fortuna.
Gerson se arrependeu pelo comercial que fez. Nunca imaginou que a repercussão fosse ao fim tão negativa.
Trump se esquece que os EUA não flutuam fora do planeta e que a globalização é um caminho sem volta. continuar lendo

Caro José Roberto: suas opiniões são sempre eivadas de bom senso e de um humanismo sadio. Gosto delas.
Peço venia para acrescentar posições amadurecidas ao longo de bastante tempo, conhecendo ambos os lados da moeda.
Os EUA são fortes não pela diversidade, mas pela união em torno de um modo de vida, do "american way of life" a que os demais aderem por conveniência (quando não por sobrevivência).
Dizer que Trump é um empresário tirano, bem, é quase uma redundância, no nível em que ele existe. Mas a verdade é que desimporta se o dirigente daquele notável país, é Democrata ou Republicano. Ao fim e ao cabo eles sempre serão AMERICANOS. Assim simples.

Obama, tão inserido no contexto da globalização, Democrata, negro, de origem quase proletária para os padrões deles, estava no rumo de mandar invadir o Irã, por puro medo. A Clinton faria o mesmo, aliás foi quem tacou gasolina na fogueira quando foi fazer diplomacia arrogante e feminista.
No passado, foi um presidente Democrata e defensor dos Human Respects, que mandou a 3ª Frota cercar Cuba e exigiu que os soviéticos retirassem os mísseis nucleares. Mataram-no, por outros motivos, mas nunca disseram que ele blefou.
Foi um Democrata que fez cessar a vergonha no Vietnan, defendendo interesses americanos.
Apesar das mentiras dos Bush, pai e filho, para incrementar a guerra no Oriente, fim de favorecer seus tutores, os "Falcões das Armas", o Democrata que os sucedeu não retirou uma só empresa americana do Iraque. Ao contrário. E retirou os militares a conta-gotas, reforçando as tropas no Afeganistão.
E muito mais, demonstrando que antes de serem "cidadãos do mundo" eles são mesmo é americanos; por isso Euclides os chamou de patriotas.

Não mudou nada, desde a histórica "política das canhoneiras" dos britânicos. Manda quem pode e obedece quem precisa.

O diabo é que o mundo deles é tão bom de se viver, que os grandes pensadores críticos e opositores aos métodos e ideologia dos EUA, contestam tudo, mas depois de imigrar e se estabelecer na América...

Trump é um grande negociante e dirige o país com faz com suas empresas, é certo. Mas daí a achar que é o anticristo, que vai explodir o mundo, é um pesadelo de mentes simples e amedrontadas.
É que a coisa (perdoe "a coisa") estava tão e tão "solta", que os eleitores que votaram no Tio Donald, estão fartos de trabalhar para ver imigrantes tomarem conta de seu país. Não digo que estejam absolutamente certos, mas que no fundo todos temos é inveja deles, entendo como verdade. continuar lendo

Sergio:
Não tiro sua razão de que governar à moda Trump é válida e pode até levar dias melhores aos EUA.
Mas é tirana e o mundo, globaliza-se.
Já passou da hora como humanidade de darmos menos importância ao patriotismo para nos elevarmos como seres, como raça humana.
O planeta Terra já se apequenou, precisamos pensar lá fora e não acontecerá com conflitos internos.
Hora de raspar diferenças, de estender as mãos, acabar com esse jogo para iniciarmos outros. Existe muita diferença social nesse mundo, provocada pela ganância e pelo espírito empresarial que não respeita limites.
O reino unido retira-se do bloco europeu porque se sente prejudicado. Trump quer os EUA blindado e arrecadador e só olha para o povo americano. Isso é a contra mão da história.
Vejo um governo como Trump próprio para 300 anos atrás. Hoje, o jeito Obama embora humilde em arrojo, se encaixa mais nos interesses globais. continuar lendo

Aqui no Brasil, pais da viralatice, encontramos até um certo "jornalista" que diz que prefere lavar privada em Miami à aceitar politicas progressistas para os mais pobres !!! este é o nosso Brasil varonil kkkkkk continuar lendo

Acho que para ele o Trump abre uma exceção, Alexandre.
Posso ajudar na "vaquinha" para a passagem. Sem direito à volta. continuar lendo

Independente de Trump, sempre foi assim. Não é novidade esse tipo de abordagem. O Trump nada tem com isso. Isso acontece há muito tempo. Meu pai foi a NY em julho do ano passado e não teve problema algum. Viram que ele tinha dinheiro na cueca (tá certo, pois pode ser furtado se deixar na mala), e perguntaram quanto tinha e ele falou que usaria o cartão de crédito também. Ficou 1 mês sem problema algum! Só preencheu um papel e mais nada. Nem foi parado na volta, na PF. Ele nem trouxe nada, mas se tivesse trazido várias coisas, teria passado numa boa! continuar lendo

Tantos lugares lindos no Brasil, e vão para um pais de Pedra! continuar lendo

Se acharmos mesmo que isto tudo é um absurdo, muito simples. Não vão mais para os Estados Unidos, somos o Terceiro país que mais gasta dinheiro com turismo lá. Não é pouco não, são 8 BILHÕES anuais segundo dados do Estadão.

Imagina se o governo americano não reveria estas exigências. Quantas companhias aéreas americanas não sofreriam com esse baque, e o comercio da Flórida e de Nova Iorque?

Brasiileiros, cobrem seus direitos. Menos discriminação!!!!!!!! continuar lendo

As fronteiras não são mais apenas físicas, mas se tornaram também virtuais - o ambiente da internet pode ser vasculhado ao arrepio de nossa vontade. continuar lendo